Blanca Rosés é a criadora do Sporty Hangover , um serviço que oferece planos de corrida personalizados, elaborados por personal trainers e adaptados ao indivíduo e ao seu nível de fitness.

Graças à sua atitude empreendedora, Blanca integrou o desporto no seu quotidiano, promovendo uma comunidade ativa e saudável. Partilha a sua paixão pela corrida e a sua experiência no mundo desportivo através das suas contas de Instagram, @blancaroses e @sportyhangover , onde inspira outras pessoas a alcançar os seus objetivos atléticos.
Como começou a sua paixão pelo desporto?
Desde criança que o desporto tem sido uma parte essencial da minha vida. Cresci num meio onde isso era algo inegociável, pois os meus pais sempre praticaram desporto e gostaram muito. Perceber a sua ligação com a atividade física fez com que nunca o visse como uma obrigação, mas sim como um passatempo, uma forma de escapar, relaxar e divertir-me.
Também venho de uma formação competitiva no ténis. Passei muitas horas em court e desfrutei de verões de torneios, o que me deu uma base para qualquer outro desporto. Com o tempo, abandonei os ténis e aprofundei a corrida, que agora passou a fazer parte do meu trabalho.
Qual foi o maior desafio que enfrentou na sua carreira como atleta?
Mais do que enfrentar um desafio específico, o maior desafio tem sido a consistência. Mesmo gostando de treinar, há dias em que simplesmente não me apetece. Seja chuva, vento ou preguiça, há momentos em que é difícil sair e treinar. No entanto, penso que estes são os dias mais importantes, porque é quando a disciplina é demonstrada. Para mim, o segredo é eliminar as desculpas e continuar a treinar.
O que significa para si ser atleta hoje?
Não me considero uma atleta profissional, mas sim uma "corredora social". Felizmente, cada vez mais mulheres praticam desporto e participam em corridas de diferentes distâncias. Ainda assim, ainda somos uma minoria, sobretudo na distância rainha, a maratona.
Através do meu trabalho, tenho orgulho em fazer a minha parte e mostrar a outras mulheres que, com uma boa formação e confiança, podem alcançar qualquer objetivo.
De que momento da sua carreira se recorda com mais orgulho?
Sem dúvida que terminar a minha primeira maratona há um ano foi um grande feito, não só pela corrida em si, mas também por toda a preparação. Apesar de todos os obstáculos na altura, consegui completar o meu treino e correr a maratona com sucesso. Aquele dia confirmou que todo o esforço tem a sua recompensa.
Já enfrentou obstáculos ou estereótipos por ser mulher no desporto?
Sim, e o mais preocupante é que por vezes são tão normalizadas que chegam a ser ditas por outras mulheres ou amigas como piada. É um facto que, a nível fisiológico, os homens apresentam um melhor desempenho atlético. No entanto, isso não significa que sejam superiores; é simplesmente que os nossos corpos funcionam de forma diferente. É por isso que insisto sempre que não nos devemos comparar a homens ou a outras mulheres.
Que conselhos daria às raparigas que sonham praticar desporto?
Diria-lhes para sonharem alto, mas não para fecharem as portas. Muitas vezes, acredita-se que a única forma de viver do desporto é ser um atleta de elite, quando, na realidade, existem muitas formas de fazer do desporto uma profissão. No meu caso, encontrei o meu caminho no mundo dos negócios.
Como é que o desporto impactou a sua vida fora das competições?
Dizem que o desporto é um reflexo da vida. Há momentos bons e momentos difíceis, mas com esforço, disciplina e perseverança, progride-se sempre. Nem sempre tem vontade de treinar, assim como nem sempre tem vontade de trabalhar. No entanto, aprender a gerir estes momentos e manter a consistência é fundamental para alcançar qualquer objetivo.
Quem foi a sua maior inspiração no mundo do desporto?
Sem dúvida, os meus pais. Ver a sua filosofia de vida e o quanto gostam de praticar desporto foi fundamental para a minha relação com o desporto. Se tivesse de escolher um atleta, seria o Rafa Nadal, pela sua mentalidade, pelo seu espírito de luta e pela sua resiliência.
Como equilibra a sua carreira desportiva com a sua vida pessoal?
Equilibrar a vida pessoal, profissional e de treino não é fácil. Quando estou a treinar para uma maratona, torna-se ainda mais complicado, porque os treinos são longos e exigem disciplina. O meu truque é treinar logo de manhã, para que, se algo inesperado acontecer durante o dia, já tenha concluído o meu treino.
Também é importante ser flexível. Aprender a equilibrar o esforço físico com a saúde mental é essencial, e é um assunto raramente discutido.
Como acha que o desporto pode ajudar a capacitar mais mulheres e raparigas?
O desporto é uma ferramenta incrível para o autoaperfeiçoamento. Ensina que o trabalho árduo é sempre recompensado e que, com dedicação, consegue-se mais do que se imagina.
Além disso, o desporto depende inteiramente de si e é muito gratificante. Se lhe dedicar amor e tempo, ele retribuirá com resultados positivos. Esta mentalidade ajuda a desenvolver a autoconfiança, o que se traduz em confiança noutros aspetos da vida.
Que mensagem gostaria de partilhar com outras mulheres neste dia especial?
Diria-lhes para se lembrarem sempre que o desporto é saudável e acessível a todos. Existem muitas disciplinas diferentes, e o importante é encontrar a que mais gosta. Embora o desporto exija esforço físico, o maior limite está sempre na mente. Mudar a sua mentalidade e aprender a gostar do processo é o primeiro passo.